w Vírus zika e a Síndrome de Guillain-Barré

01/03/2016 às 16:26:52  

Vírus zika e a Síndrome de Guillain-Barré


Autor: Alerta epidemiológico PAHO/WHO de 1/12/2016 e 17/01/2016. “Neurological syndrome, congenital malformations, and Zika virus infection. Implications for public health in the Americas”.

Nas últimas semanas, o Brasil vem assistindo o aumento de anomalias congênitas, síndrome de Guillain-Barré, e outras síndromes neurológicas e autoimunes em áreas onde o vírus zika está circulando. Dessa forma, criou-se uma necessidade de estabelecer se há uma relação entre elas e a infecção, através principalmente da vigilância intensificada. A relação confirmada aumenta também a necessidade de erradicação da doença e do vetor.


 


A febre zika é uma doença viral transmitida pela fêmea do mosquito Aedes causada pelo vírus zika (ZIKV). Uma em cada quatro pessoas podem não desenvolver sintomas, mas naqueles que são afetados a doença é geralmente leve, com sintomas que podem durar entre dois e sete dias. Sua manifestação clínica é muitas vezes semelhante à dengue, outro Flavivirus. Apesar do grande alarme que cerca a infecção, a doença grave que requer hospitalização imediata é incomum e casos crônicos ou de morte são praticamente inexistentes.


 


Os sintomas básicos comuns para suspeita da zika consistem de febre leve (>37,2°C), erupção cutânea (na maior parte maculo-papular), dores de cabeça, artralgia, mialgia, astenia e conjuntivite não purulenta, ocorrendo cerca de 3 a 12 dias após a picada do mosquito vetor. Essas suspeitas devem ser confirmadas por resultados laboratoriais específicos positivos para zika. Não há vacinas, nem tratamento antiviral específico para zika.


 


Embora seja uma infecção geralmente branda, recentemente, foi observada uma possível correlação entre a infecção por zika e a ocorrência de Síndrome de Guillain-Barré em locais com circulação simultânea do vírus da dengue, porém não confirmada. Além disso, no Brasil, as autoridades sanitárias observaram um aumento das infecções pelo vírus zika no público em geral, assim como um aumento nos bebês nascidos com microcefalia. As agências que investigam os surtos de zika pesquisam também um conjunto de evidências cada vez maior sobre a ligação entre o vírus zika, a microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré.


 


A Síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio autoimune que ataca o sistema nervoso periférico acarretando danos aos nervos, gânglios e bainha de mielina. As manifestações podem levar à paralisia motora, desordens sensitivas ou disautonomia. Sendo os anticorpos contra gangliosideos os marcadores característicos dessa Síndrome.


 


Até julho de 2015, no Brasil, foram reportados 76 casos de síndromes neurológicas, 42 (55%) com Síndrome de Guillain-Barré, dos quais 26 (62%) tiverem sintomas consistentes com zika. Até novembro de 2015, foram reportados 1.248 casos de microcefalia confirmados, incluindo 7 mortes (a prevalência de 5,7 em 2010 passou para 99,7 casos/100 mil nascimentos). Após a detecção do vírus no líquido amniótico em dois casos onde o ultrassom demonstrou microcefalia do feto e o achado do genoma viral no sangue e tecido de um recém-nascido,  o Ministério da Saúde estabeleceu essa correlação. Estima-se que o risco esteja no primeiro trimestre de gravidez.


 


Como os surtos de zika poderiam causar uma sobrecarga no sistema de saúde, é necessário desenvolver e implementar (ou adaptar com base no que já existe) protocolos e planos seguros e eficazes para o diagnóstico e tratamento do paciente de forma bem estabelecida. E mais importante ainda, é determinar ações eficientes de erradicação do vetor.



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